Efeitos de Priming Sintático Intra e Translinguístico no Processamento De Francês Como L2

Autores

  • Monique Pinheiro dos Santos Universidade Federal de Santa Catarina
  • Mailce Borges Mota Universidade Federal de Santa Catarina
Agências de fomento
CAPES, CNPq

Palavras-chave:

Processamento Sintático, Priming Sintático, Francês como L2.

Resumo

No presente estudo investigamos o fenômeno de priming sintático – ou seja, a facilitação do processamento linguístico de uma estrutura sintática pela exposição prévia à estrutura semelhante – nos níveis intra e translinguístico, em bilíngues de português brasileiro (PB)-francês, durante a  compreensão de sentenças. Participaram do estudo 15 adultos, falantes nativos do português brasileiro que tinham francês como segunda língua em nível intermediário. Os efeitos de priming sintático foram obtidos através de um experimento comportamental que consistiu em uma tarefa de leitura auto-monitorada. Os resultados apontaram para o aparecimento de efeitos de priming sintático no nível intralinguístico (em francês como L2), mas não no translinguístico. Tais efeitos se mostraram dependentes da repetição do verbo principal da sentença. Esses resultados foram interpretados como evidência de que os efeitos de priming sintático no nível intralinguístico em L2 são lexicalmente dependentes, dando suporte à visão de abordagens lexicalistas, em que a informação necessária para o processamento sintático está localizada nos frames sintáticos armazenados no léxico mental. Quanto ao nível translinguístico, nossos resultados sugerem a separação dos sistemas sintáticos das duas línguas. 

Biografia do Autor

Monique Pinheiro dos Santos, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre em Linguística (UFSC)

Mailce Borges Mota, Universidade Federal de Santa Catarina

Profa. Dra. Mailce Borges Mota

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Comunicação e Expressão

Departamento de Lïngua e Literatura Estrangeiras

Referências

ARAI, M; GOMPEL, R; SCHEEPERS, C. Priming ditransitive structures in comprehension. Cognitive Psychology, 54, 218- 250, 2007.

BOCK, K. Syntactic persistence in language production. Cognitive Psychology, 18, 355–387, 1986.

BOCK, K. Closed-class immanence in sentence production. Cognition, 31, 163–186, 1989.

BOCK, K; LOEBELL, H. Framing sentences. Cognition, 35, 1– 39, 1990.

BORNKESSEL-SCHLESEWSKY, I.D.; SCHLESEWSKY, M. Minimality as vacuous distinctness: Evidence from cross-linguistic sentence comprehension. Lingua, 110(10), 1541-1559, 2009.

Branigan, H. Syntactic priming. Language and Linguistics Compass, 1, 1–16, 2007. doi:10.1111/j.1749-818X.2006.00001.x

BRANIGAN, H. P.; PICKERING, M. J.; MCLEAN, J.K. Priming prepositional-phrase attachment during comprehension. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition, 31(3), 468-481, 2005.

BRANIGAN, H. P.; PICKERING, M. J.; LIVERSEDGE, S. P.; STEWART, A. J.; URBACH, T. P. Syntactic priming: Investigating the mental representation of language. Journal of Psycholinguistic Research, 24(6), 489-506, 1995.

CULLICOVER, P. W; JACKENDOFF, R. The simpler syntax hypothesis. Trends in Cognitive Sciences, 10, 9, 413-418, 2006.

FERREIRA, V; BOCK, K. The functions of structural priming. Language and Cognitive processes, 21, 1011-1029, 2006.

HAGOORT, P. On Broca, brain, and binding: a new framework. Trends in Cognitive Sciences, 9, 9, 416-423, 2005.

HAGOORT, P. MUC (Memory, Unification, Control): A Model on the Neurobiology of Language Beyond Single Word Processing. In G. Hickok, & S. Small (Eds.), Neurobiology of language (pp. 339-347). Amsterdam: Elsever, 2016. doi:10.1016/B978-0-12-407794-2.00028-6.

HARTSUIKER, R; KOLK, J. Syntactic facilitation in agrammatic sentence production. Brain and Language, 62, 221-254, 1998.

HARTSUIKER, R. J; PICKERING, M. J; VELTKAMP, E. Is syntactic separate or shared between languages. Psychological Science, 15, 6, 409-414, 2004.

LOEBELL, H; BOCK, K. Structural priming cross languages. Linguistics, 41, 5, 791-824, 2003.

MCDONOUGH, K; TROFIMOVICH, P. Using Priming Methods in Second Language Research. New York: Routledge, 2009.

MORRIS, L.; SCHEEPERS, C. Syntactic priming and lexical boost in preschool children. 10.13140/RG.2.1.5141.7441. 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/280530762. Acesso em: jun. 2016.

PICKERING, M; BRANIGAN, H. The representation of verbs: Evidence from syntactic priming in language production. Journal of Memory and Language, 39, 633-651, 1998.

SAVAGE, C.; LIEVEN, E.; THEAKSTON, A.; TOMASELLO, M. Testing the abstractness of children’s linguistic representations: lexical and structural priming of syntactic constructions in young children. Developmental Science, 6(5), 557–567, 2003.

SMITH, M; WHEELDON, L. Syntactic priming in spoken sentence production: an online study. Cognition, 78, 23-164, 2001.

THOTHATHIRI, M; SNEDECKER, J. Syntactic priming during language comprehension in three- and four-year-old children. Journal of Memory and Language, 58, 188-213, 2008.

TOOLEY, K. M.; TRAXLER, M. J. Syntactic priming effects in comprehension: A critical review. Language and Linguistics Compass, 4, 925–937, 2010. doi:10.1111/j.1749-818X.2010.00249.x

WEBER, K; INDEFREY, P. Syntactic priming in German-English bilinguals during sentence comprehension. NeuroImage, 46, 1164-1172, 2009.

Downloads

Publicado

04-09-2018

Como Citar

DOS SANTOS, M. P.; MOTA, M. B. Efeitos de Priming Sintático Intra e Translinguístico no Processamento De Francês Como L2. Línguas & Letras, [S. l.], v. 19, n. 43, p. http://dx.doi.org/10.5935/1981–4755.20180017, 2018. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/18315. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Estudos Linguísticos