O Malandro na Sinuca: Uma Leitura de Desabrigo, de Antônio Fraga

Autores

Agências de fomento

Palavras-chave:

Narrativa, marginalidade, exclusão social.

Resumo

Este artigo tem por objetivo uma abordagem crítica acerca da novela Desabrigo, de Antônio Fraga, como expressão do espaço destinado à malandragem como prática a ser coibida pelo aparelho repressor. O cenário de ação do Rio de Janeiro contribui como termo que agrava a discussão acerca do poder central como agente de um processo de higienização social que expulsa para a periferia da cidade rufiões, prostitutas e jogadores como personagens indesejáveis à novo ordem que se estabelece como o pós-guerra. Publicada em 1942, Desabrigo parece condenada à incúria de editores e críticos que ignoram seu elevado valor de obra literária que teve que esperar por várias décadas para ser reconhecida.

Biografia do Autor

Valdemar Valente Junior, Universidade Castelo Branco

Doutor em Ciência da Literatura pela UFRJ. Pós Doutor em Literatura Brasileira pela UERJ. Professor Asistente da UCB.

Referências

ADORNO, Theodor W. A indústria cultural e a sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

APPADURAI, Arjun. O medo do pequeno número: ensaio sobre a geografia da raiva. Tradução de Ana Goldberger. São Paulo: Iluminuras, Itaú Cultural, 2009.

BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

BOSI, Alfredo. Cultura como tradição. In: BORNHEIN, Gerd et alii. Cultura brasileira: tradição/contradição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar/Funarte, 1987.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1998.

BUENO, André. A vida negada e outros estudos. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013.

CANCLINI, Néstor García. As culturas populares no capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1983.

______. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 2000.

DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Vinhedo, Rio de Janeiro: Editora Horizonte, Editora da UERJ, 2012.

DAMATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

FRAGA, Antônio. Desabrigo. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, 1990.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte, Brasília: Editora UFMG, Representação da UNESCO no Brasil, 2003, p. 248).

IANNI, Octavio. A era da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997.

LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Lisboa: Gradiva, 1989.

LUCIA HELENA. Ficções do desassossego: fragmentos da solidão contemporânea. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2010.

MARTIN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2001.

______. & REY, Gérman. O exercício do ver: hegemonia audiovisual e ficção televisiva. São Paulo: Editora Senac, 2004.

MIRANDA, Wander Melo. Nações literárias. Cotia: Ateliê Editorial, 2010.

SCHOLLHAMMER, Karl Erik. A cena do crime: violência e realismo no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013.

Downloads

Publicado

11-04-2019

Como Citar

JUNIOR, V. V. O Malandro na Sinuca: Uma Leitura de Desabrigo, de Antônio Fraga. Línguas & Letras, [S. l.], v. 19, n. 45, p. http://dx.doi.org/10.5935/1981–4755.20180042, 2019. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/20116. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: CONTINGÊNCIAS SOCIAIS E CULTURA POPULAR NA OBRA DE JOÃO GUIMARÃES ROSA