O poema e a fotografia: diálogos (im)possíveis em Marcílio Caldas Costa
Resumo
A tradição da poesia moderna inclui a experimentação entre a palavra e os códigos de outras linguagens. Dentre as experimentações poéticas que estreitaram a relação entre a palavra de outros signos está a aproximação da palavra com a visualidade. No entanto, Baudelaire, importante autor para a poesia moderna, diminuiu o valor estético de uma dessas produções visuais, a fotografia, sem saber que a mesma um dia iria ascender à condição de arte e iria dialogar com o texto poético. A Amazônia teve em Max Martins um dos iniciadores desse diálogo interssemiótico, com suas experiências pós-concretas e de colagens. Tais experimentações de vanguarda, traduzidas para a realidade amazônica, tiveram continuidade na produção de alguns poetas contemporâneos. Dentre esses, se destaca o poeta e artista visual contemporâneo Marcílio Caldas Costa, que trabalha com o desenho, a fotografia, o poema e o audiovisual. Neste trabalho busca-se problematizar a relação entre poesia e fotografia como experimentação poética de vanguarda na produção desse autor amazônida. Para tanto, buscou-se analisar como o referido poeta aprofundou tradição poética interssemiótica, a partir de duas de suas obras, Whitman, whitmen, que faz o diálogo intertextual com a poesia whitmaniana, para mostrar o cotidiano urbano amazônico, e o foto-poema Bacia volta ao seu dono, em parceria com Véronique Isabelle e Débora Flor, em que há um diálogo interssemiótico entre poesia e fotografia, que gerou uma obra híbrida, rasurando a fronteira entre o texto visual e o poema escrito. Como referenciais foram utilizados estudiosos do campo da fotografia, como Susan Sontag, bem como do texto poético amazônico, como João de Jesus Paes Loureiro.
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