“História Infindável de Dor, de Sangue e de Amor”: Gênero e Memória em A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende

Autores

  • Nathalia Ribeiro Travia Universidade Federal do Espírito Santo
  • Maria Mirtis Caser Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.5935/1981-4755.20220004
Agências de fomento
CAPES, Universidade Federal do Espírito Santo.

Palavras-chave:

Isabel Allende-A Casa dos Espíritos, Ficção e História, Gênero-Memória.

Resumo

O presente artigo propõe uma análise do romance A Casa dos Espíritos (1982), de Isabel Allende. O objetivo é investigar sua ficção, relacionada com a história e a memória, enquanto resistência à sociedade patriarcal chilena, demonstrando-se como a obra discute aspectos representacionais e simbólicos acerca de uma cultura feminina. A princípio, avalia-se a violência construída nas concepções de gênero mimetizadas no discurso ficcional durante o período de 1904 a 1973, o que problematiza as hierarquias nas relações em diversos contextos da vida social no Chile. Em seguida, considera-se a fortuna crítica sobre a narrativa ─ com ênfase no estudo acerca do tempo e linguagem na psique feminina ─ para análise de uma escrita marcada pelo realismo maravilhoso, modo ficcional elaborado para conceber a perspectiva sócio-histórica das mulheres no texto. E para complementar a leitura, observa-se o tratamento da memória como fundamento do romance e contributo para transformações sociais. 

Biografia do Autor

Nathalia Ribeiro Travia, Universidade Federal do Espírito Santo

Mestranda em Letras-Estudos Literários (UFES). Bolsista CAPES/DS.

Maria Mirtis Caser, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutora em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora aposentada. Docente do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo.

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Publicado

13-01-2022

Como Citar

TRAVIA, N. R.; CASER, M. M. “História Infindável de Dor, de Sangue e de Amor”: Gênero e Memória em A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende. Línguas & Letras, [S. l.], v. 22, n. 53, 2022. DOI: 10.5935/1981-4755.20220004. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/26231. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Literatura e Política: Periferias e Fronteiras