A Resistência por meio do Sincretismo Religioso na Reescrita dos Clássicos no Contexto da Dramaturgia Pós-Colonial
Resumo
Neste artigo problematizamos a reescrita de dois textos clássicos da literatura grega: A Odisseia, de Homero, que data de VIII a. C, e As troianas, de Eurípedes, de 416 a.C., os quais foram respectivamente reescritos pelos dramaturgos pós-coloniais Derek Walcott, de Santa Lucia, no Caribe, com The Odyssey a stage version (1993), e Femi Osofisan, da Nigéria, na África, com Women of Owu (2006). Nas duas obras reescritas, o discurso religioso, bem como a presença de deuses e elementos de suas culturas exercem papel importante para demarcar suas origens e levantar-se em favor da pluralidade religiosa e da valorização das culturas ancestrais. Isso é demonstrado partir da análise fundamentada na teoria pós-colonial, com estudos de Ashcroft et al. (2004); Homi Bhabha (1998); e Bonnici (2005), dentre outros pesquisadores. Concluiu-se que, a partir do conceito de sly civility, de Bhabha (1998), os autores se apropriaram do artefato cultural do colonizador para encampar a resistência, adotando como estratégia a disseminação do sincretismo religioso, que opera contra a homogeneização do discurso cristão levado ao mundo durante as invasões do período colonial. Os excertos analisados, demonstram, ainda, a resistência aos processos de binarismo e outremização (Ashcroft et al., 2004; Bonnici, 2005), característicos do discurso colonial.
Palavras-chave: Dramaturgia Pós-Colonial; Reescritas de textos clássicos.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.