A Resistência por meio do Sincretismo Religioso na Reescrita dos Clássicos no Contexto da Dramaturgia Pós-Colonial

Autores

  • Carolina Filipaki de Carvalho
  • Edson Santos Silva

Resumo

Neste artigo problematizamos a reescrita de dois textos clássicos da literatura grega: A Odisseia, de Homero, que data de VIII a. C, e As troianas, de Eurípedes, de 416 a.C., os quais foram respectivamente reescritos pelos dramaturgos pós-coloniais Derek Walcott, de Santa Lucia, no Caribe, com The Odyssey a stage version (1993), e Femi Osofisan, da Nigéria, na África, com Women of Owu (2006). Nas duas obras reescritas, o discurso religioso, bem como a presença de deuses e elementos de suas culturas exercem papel importante para demarcar suas origens e levantar-se em favor da pluralidade religiosa e da valorização das culturas ancestrais. Isso é demonstrado partir da análise fundamentada na teoria pós-colonial, com estudos de Ashcroft et al. (2004); Homi Bhabha (1998); e Bonnici (2005), dentre outros pesquisadores. Concluiu-se que, a partir do conceito de sly civility, de Bhabha (1998), os autores se apropriaram do artefato cultural do colonizador para encampar a resistência, adotando como estratégia a disseminação do sincretismo religioso, que opera contra a homogeneização do discurso cristão levado ao mundo durante as invasões do período colonial. Os excertos analisados, demonstram, ainda, a resistência aos processos de binarismo e outremização (Ashcroft et al., 2004; Bonnici, 2005), característicos do discurso colonial. 

Palavras-chave: Dramaturgia Pós-Colonial; Reescritas de textos clássicos.

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Publicado

27-09-2024

Como Citar

FILIPAKI DE CARVALHO, C.; SANTOS SILVA, E. A Resistência por meio do Sincretismo Religioso na Reescrita dos Clássicos no Contexto da Dramaturgia Pós-Colonial. Línguas & Letras, [S. l.], v. 24, n. 57, p. 10.5935/1981–4755.20230020, 2024. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/34199. Acesso em: 11 out. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Teatro e Dramaturgia: Corpo, palavra e resistência