O LUGAR DO TEXTO LITERÁRIO NÃO CONTEMPORÂNEO NA AULA DE PORTUGUÊS

Autores

  • Micaela Ramon
  • Aida Lemos
Agências de fomento

Resumo

As práticas de leccionação da língua portuguesa no ensino básico e secundário, após a instauração da democracia em Portugal, têm-se pautado pela inexistência quer de um paradigma, quer de um método aceites pela generalidade dos diferentes agentes educativos. Em consequência disso, foi possível assistir, nestes últimos trinta anos, à substituição de um paradigma tradicional, centrado no texto literário e na gramática normativa, por um outro que, na ânsia de fazer depender o estudo da língua da sua utilidade prática, se revela muitas vezes redundante relativamente às experiências linguísticas quotidianas dos estudantes, não contribuindo dessa forma para promover o seu desenvolvimento. Neste artigo, procura-se demonstrar que o binómio aprendizagem/grau de desenvolvimento intelectual se funda numa relação de mútua implicação e não de subordinação da primeira ao segundo. Cumulativamente, defende-se a idéia de que, sendo os textos literários objectos nos quais as potencialidades cognitivas, expressivas e comunicativas de uma língua se encontram maximamente exploradas, eles se impõem como altamente produtivos em contexto de ensino-aprendizagem, quer pelas competências que permitem desenvolver, quer pelos conteúdos que se prestam a abordar, quer ainda pela própria diversidade de estratégias linguísticas que mobilizam.

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Publicado

01-01-2000

Como Citar

RAMON, M.; LEMOS, A. O LUGAR DO TEXTO LITERÁRIO NÃO CONTEMPORÂNEO NA AULA DE PORTUGUÊS. Línguas & Letras, [S. l.], v. 6, n. 10, p. p. 195–203, 2000. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/789. Acesso em: 2 maio. 2024.

Edição

Seção

Estudos Literários