EDUCAÇÃO EGOCENTRADA X EDUCAÇÃO SOCIOCENTRADA

Autores

  • Juracilda Veiga
  • Wilmar da Rocha D’Angelis

DOI:

https://doi.org/10.17648/educare.v5i9.4156

Palavras-chave:

Educação escolar indígena, Estado, Competitividade, Política educacional.

Resumo

Não é tão incomum ouvir, da boca de alguns indígenas, uma frase que, para alguns dos seus enunciadores, parece ser uma frase de desafio ao colonizador, até mesmo um ato de rebeldia: “Nós queremos uma escola igual a de vocês, porque nós queremos competir com os brancos”. Essa frase costuma ser dita por indígenas bem colocados na burocracia do Estado, ou bem situados numa hierarquia de aldeia em que se beneficiam, na relação com os não-índios, de sua posição de mando ou de liderança. Independente da posição de seus enunciadores, o que essa fala reflete é uma grande ingenuidade. Em primeiro lugar, porque uma sociedade não vence a outra (em uma competição de índios com brancos, por exemplo), senão pelas armas e pela dominação econômica. Nenhuma das duas alternativas está colocada para os povos indígenas. Resta, então, a “vitória” competitiva de indivíduos índios contra indivíduos brancos. Mas isso é um projeto de etno-suicídio. Uma escola não dará conta de tal tarefa sozinha, mas a escola útil e necessária para contribuir com um tal projeto é uma escola egocentrada, de perfil cultural branco-ocidental; em outras palavras, uma escola de branco na aldeia indígena. O que entendemos, ao contrário, por “educação escolar indígena” supõe processos de educação sociocentrados. O presente artigo pretende discutir a amplitude e as implicações dessas duas concepções.

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Publicado

01-01-2000

Como Citar

VEIGA, J.; D’ANGELIS, W. da R. EDUCAÇÃO EGOCENTRADA X EDUCAÇÃO SOCIOCENTRADA. Educere et Educare, [S. l.], v. 5, n. 9, 2000. DOI: 10.17648/educare.v5i9.4156. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/4156. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Núcleo Temático: Políticas Sociais na América Latina