AVALIAÇÃO DIALETAL POR MEIO DA TÉCNICA DE MEDIÇÃO INDIRETA

Autores

  • Jacqueline Ortelan Maia Botassini
Agências de fomento

Palavras-chave:

Crenças e atitudes linguísticas, Avaliação dialetal, Técnica de medição indireta.

Resumo

Em uma comunidade de fala, as crenças e as atitudes em relação à linguagem são, geralmente, uniformes, isto é, são compartilhadas pelos membros dessa comunidade. Tais atitudes, que podem ser positivas ou negativas, normalmente não se manifestam quando o falante é questionado diretamente sobre diferentes dialetos. Para inferir e medir essas atitudes, desenvolveram-se técnicas de medição indireta,  as quais  se aplicam ao informante sem que ele tenha consciência do propósito da investigação. Dentre as medições indiretas, a mais conhecida é a técnica matched guise, proposta por Lambert (2003 [1967]), a qual consiste em apresentar a um grupo de “juízes” (ouvintes que farão julgamentos) gravações de falantes de diferentes dialetos lendo a mesma passagem de um texto. A esses juízes é requerido que ouçam as gravações e que avaliem as características pessoais de cada falante usando apenas as pistas vocais e de leitura. Este trabalho, baseado nos estudos de Crenças e Atitudes linguísticas, apresenta os resultados obtidos por meio de um questionário adaptado da técnica matched guise, com o objetivo de verificar a avaliação de informantes cariocas, gaúchos e norte-paranaenses em relação a essas três variedades linguísticas que foram por eles ouvidas, sem, entretanto, informar-lhes que se tratava de gravações de fala de pessoas de procedências distintas e que, portanto, possuíam dialetos diferentes, um dos quais representava o dialeto do próprio informante “juiz”. Para tanto, realizaram-se entrevistas com 48 informantes residentes na cidade de Maringá, no Norte do Paraná, dos quais 32 são naturais de outros estados, a saber, 16 são do Rio de Janeiro e 16 são do Rio Grande do Sul. Os resultados a que se pôde chegar revelaram que as avaliações positivas apresentaram-se mais destacadas em relação ao dialeto gaúcho, evidenciando uma situação de preferência por esse dialeto. Quanto ao dialeto carioca, percebe-se uma avaliação muito próxima da do gaúcho, com diferenças percentuais em torno de 2%.  Já em relação ao dialeto norte-paranaense, os resultados informam que há certa “rejeição” ou preconceito à fala desse grupo.

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Publicado

15-09-2013

Como Citar

BOTASSINI, J. O. M. AVALIAÇÃO DIALETAL POR MEIO DA TÉCNICA DE MEDIÇÃO INDIRETA. Línguas & Letras, [S. l.], v. 14, n. 26, 2013. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/8532. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Estudos Linguísticos