O ENSINO DE NOVE ANOS: UMA CONQUISTA COM LIMITES

Autores

  • Neiva Galina Mazzuco
  • Cristiane Regina Corbari

DOI:

https://doi.org/10.17648/educare.v3i5.2615

Resumo

O presente texto objetiva compreender a iniciativa do Governo Federal de
estender o Ensino Fundamental para nove anos, cuja ampliação, conforme documentos
divulgados pelo Ministério da Educação - MEC, busca assegurar a todas as crianças uma
escolarização maior, o que significa a viabilização de novas aprendizagens, qualificando
o ensino, mormente na alfabetização e no letramento. Assim, entendemos que essa política
educacional representa um avanço visto que, até o presente, apenas os privilegiados
social e economicamente têm seu acento garantido na escola desde a mais tenra idade, o
que já os colocam em vantagem em relação às oportunidades de apropriação do conhecimento,
pois compreendemos que quanto mais oportunidades a criança tem para aprender,
maior será o seu desenvolvimento. Nesse sentido, percebemos a preocupação desse
Ministério com a etapa da alfabetização, ao considerá-la um processo longo que deve
estender-se do pré ao terceiro ano. Contudo, os fundamentos dessa proposta caminham
na direção de preparar o homem “necessário” para o desenvolvimento do país, parecendo
ficar subentendido que esse desenvolvimento seria revertido em melhores condições
de vida para todos. Questionaremos, assim, o entendimento do governo ao afirmar que
com essa ampliação, todas as crianças do Brasil “terão a oportunidade de terem a
mesma oportunidade”, sem considerar que os determinantes da permanência ou não da
criança na escola são suas reais condições de vida.

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Publicado

01-01-2000

Como Citar

MAZZUCO, N. G.; CORBARI, C. R. O ENSINO DE NOVE ANOS: UMA CONQUISTA COM LIMITES. Educere et Educare, [S. l.], v. 3, n. 5, p. p. 93–102, 2000. DOI: 10.17648/educare.v3i5.2615. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/2615. Acesso em: 1 maio. 2024.

Edição

Seção

Núcleo Temático: Educação, Políticas Sociais e Estado