A INCLUSÃO DO SURDO NAS AULAS DE CIÊNCIAS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES, PROFESSOR E TRADUTOR-INTÉRPRETE DE LIBRAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/ReBECEM.2024.v.8.n.2.30740

Palavras-chave:

Inclusão, Surdez, Educação científica, Educação básica

Resumo

Este artigo apresenta um Estudo de Caso, no ensino fundamental II de uma escola pública, cujo objetivo é avaliar a percepção de um estudante surdo, estudantes ouvintes, professor de Ciências e o profissional Tradutor-Intérprete de Língua de Sinais Português (TILSP) sobre a inclusão do surdo no ensino de Ciências. A técnica de coleta de dados consistiu na aplicação de questionários para o estudante surdo e para os estudantes ouvintes. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com o professor de Ciências e com o profissional TILSP. A partir dos dados coletados, foi realizada a Análise Textual Discursiva, emergindo cinco categorias, cujos resultados estão relacionados com: 1. Conhecimento em Libras dos estudantes; 2. Interação dos estudantes com o surdo; 3. Vida escolar do surdo; 4. Percepção do professor quanto à inclusão do estudante surdo nas aulas de Ciências; e 5. Percepção do TILSP quanto à inclusão do estudante surdo nas aulas de Ciências.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Layene Isabella Cunha, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/ Departamento de Ciências Biológicas

Licencia em Ciências Biológicas, DCBio, UFVJM.

Luma Tauane Gonçalves Rocha, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/ Departamento de Ciências Biológicas

Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UFVJM, Diamantina, Minas Gerais.

Raquel Schwenck de Mello Viana Soares, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/ Faculdade Interdisciplinar em Humanidades

Professora na Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina, MG, Brasil.

Danilo Lopes Santos, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/ Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, Matemática e Tecnologia - PPGECMaT

Mestrando do Programa do Pós-Graduação em Educação em Ciências, Matemática e Tecnologia, UFVJM, Minas Gerais.

Geraldo Wellington Rocha Fernandes, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)

Prof. Dr. Geraldo W. Rocha Fernandes
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, Matemática e Tecnologia
Departamento de Ciências Biológicas - DCBIO/FCBS

Referências

ALVES, F. S. A produção de sinais em Libras sobre os conceitos relacionados ao tema magnetismo, a partir de um conjunto de situações experimentais. 2017. 255 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

ANTIA, S.D.; KREIMEYER, H. The role of interpreters in inclusive classrooms. American Annals of the Deaf, Washington, DC, v. 146, n. 4, p. 355-365, 2001.

BORGES, R. B.; TAVARES JÚNIOR, M. J. O intérprete de Libras no ensino de Ciências e Biologia para estudantes surdos. REnBio - Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, [S. l.], v. 11, n. 2, p. 61-76, 2018.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília-DF: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília-DF: MEC, 1996.

BRASIL. Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Brasília, 2002.

BRASIL. Decreto n.º 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, 2005.

BRASIL. Lei n.º 12.796 de 04 de abril de 2013. Altera a Lei n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996-LDB. Brasília, 2013.

CÂMARA, J. T. A. Escolarização de estudantes surdos no cotidiano escolar. Revista Caparaó, Dores do Rio Preto-ES, v. 2, n. 1, e17-e17, 2020.

CAMPOS, M. L. I. L. Educação Inclusiva para surdos e as políticas vigentes. Coleção UAB− UFSCar, p. 27, 2011.

CARRIELLO, G. M.; CRUZ, H. C.; JUNIOR, J. B. S. Um levantamento das dificuldades de aprendizagem em química de alunos surdos relatadas em trabalhos apresentados nos Encontros Nacionais de Pesquisa em Educação em Ciências e Encontros Nacionais de Ensino de Química entre os anos de 2005 e 2021. ACTIO: docência em Ciências, Curitiba, v. 7, n. 3, p. 1-22, 2022.

DALBERIO, M. C. B.; PEREIRA, H. O. S.; AQUINO, O. F. Inclusão versus integração: a problemática das políticas e da formação docente. Revista Iberoamericana de Educación. Madrid, v. 59, n. 3, p. 1-11, 2012.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Necessidades Educativas Especiais (NEE). Conferência Mundial sobre NEE. Salamanca, 1994.

DI ROMA, A. F.; CAMARGO, E. P. Ensino de ciências naturais articulado aos princípios da astronomia: possibilidades de alfabetização e letramento científico para estudantes surdos e com deficiência auditiva. In: CAMARGO, E. P. et al. Ensino de ciências e inclusão escolar: investigações sobre o ensino e a aprendizagem de estudantes com deficiência visual e estudantes surdos. 1. ed. Curitiba: CRV, 2016. p. 149-180.

DINIZ, M.; RAHME, M. F. Educação Especial: Da educação especial à educação inclusiva. In: DINIZ, M.; VASCONCELOS, R. N. (Org.). Pluralidade cultural e inclusão na formação de professoras e professores. Belo Horizonte: Formato/Saraiva, 2004, p.123-189.

E-MEC. Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior: Cadastro e-MEC. [Site institucional]. Disponível em: https://emec.mec.gov.br/. Acesso em: 28 março 2024.

FERNANDES, J. M. Propostas alternativas para a educação inclusiva a surdos: enforque nos conteúdos de balanceamento de equações químicas e estequiometria para o ensino médio. 2016. 124 f. Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2016.

FERREIRA, J. A. de O.; CARNEIRO, R. U. C. Educação inclusiva: o trabalho pedagógico com alunos público-alvo da educação especial do ensino fundamental II na sala de aula comum. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 11, n. esp2, p. 969–985, 2016. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8937. Acesso em: 14 ago. 2024.

FREITAS, M. A. E. S. A aprendizagem dos conceitos abstratos de ciências em deficientes auditivos. Ensino em Re-vista, [S.l.], v. 9, n. 1, p. 59-84, jul. 2001.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

KAHAN, S.; FELDMAN, A.; COOKE, M. L. Signs of autonomy: facilitating independence and inquiry in deaf science classrooms. Journal of Science Education for Students with Disabilities, [S.l.], v. 17, n. 1, p. 13-35, jan./dez. 2013.

LACERDA, C. B. F. de. A inclusão escolar de estudantes surdos: o que dizem estudantes, professores e intérpretes sobre esta experiência. Caderno CEDES, Campinas, v. 26, p.163-184, 2006.

LEITE, E. M. C. Os papéis do intérprete de Libras na sala de aula inclusiva. 2004. 190 f. Dissertação (Mestrado Interdisciplinar de Linguística Aplicada) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

LIMA, L. M. T. et al. A importância da Libras para a inclusão de estudantes surdos nas escolas de Cumaru-PE. In: Série Educar: Volume 45 – Educação Especial e Inclusiva. Posion: Belo Horizonte–MG, 2020.

LIMA, S. V. Inclusão: um novo olhar sobre a educação dos surdos no ensino regular. Webartigos, 2008. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/inclusao-um-novo-olhar-sobre-a-educacao-dos-surdos-no-ensino-regular/4397/. Acesso em: 06 fev. 2023.

MACHADO, R. B. Ensino de química: a inclusão de discentes surdos e os aspectos do processo de ensino-aprendizagem. 2016. 84 f. Dissertação (Mestrado em Ciências: Química da Vida e Saúde) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

MALACARNE, V.; DE OLIVEIRA, V. R. A contribuição dos sinalários para a divulgação científica em Libras. Ensino em Re-Vista, [S.l.], v. 25, n. 2, p. 289-305, 2018.

MORAES, R; GALIAZZI, M. C. Análise textual discursiva: processo construído de múltiplas faces. Ciência & Educação, Bauru, v.12, n.1, p.117-128, 2006.

MORAES, R; GALIAZZI, M. C. Análise textual discursiva. Ijuí: Editora Unijuí, 2011.

OLIVEIRA, W. D.; BENITE, A. M. C. Dilemas na educação inclusiva de surdos no sudoeste goiano: narrativas de professores de química e intérpretes de Libras. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 34, 2011, São Paulo. Anais da XXXIV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. São Paulo: SBQ, 2011, p. 1-12.

OLIVEIRA, W. D. D.; BENITE, A. M. C. Aulas de ciências para surdos: estudos sobre a produção do discurso de intérpretes de Libras e professores de ciências. Ciência & Educação, Bauru, v. 21, p. 457-472, 2015.

PAGNEZ, K. S.; SOFIATO, C. G. O estado da arte de pesquisas sobre a educação de surdos no Brasil de 2007 a 2011. Educar em Revista, Curitiba, v. 30, n. 52, p. 229-256, abr./jun. 2014.

PAIVA, V. B. Ensino de física para estudantes surdos: análise da linguagem na compreensão de conceitos de óptica geométrica. 2016. 90 f. Dissertação (Mestrado em Ciência, Tecnologia e Educação) – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET, Rio de Janeiro, 2016.

PEIXOTO, E. D.; SANTOS, R. M. B. S. Ensino de astronomia para surdos nas séries iniciais: dificuldades e possibilidades no espaço escolar. In: LIPPE, E. M. O.; ALVES, F. S. (Orgs.). Educação para os surdos no Brasil: desafios e perspectivas para o novo milênio. 1. ed. Curitiba: CRV, 2014. p. 103-124.

PIMENTA, N.; QUADROS, R. M. Curso de Libras 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 2006.

PROCÓPIO, M. V. R. et al. Formação de professores de Ciências: um diálogo acerca das altas habilidades e superdotação em rede colaborativa. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, Vigo, v.9, n. 2, p. 435-456, 2010.

QEdu. Use dados. Transforme a educação. Página inicial, 2023. Disponível em: https://qedu.org.br/escola/31023779-ee-maria-augusta-caldeira-brant/. Acesso em: 06 mar. 2023.

QUADROS, R.; KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: ARTMED, 2004.

RIZZO, R. S. et al. O ensino de doenças microbianas para o aluno com surdez: um diálogo possível com a utilização de material acessível. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 27, n. 50, p. 765-776, set./dez. 2014.

RUELA, A. O aluno surdo na escola regular: A importância do contexto familiar e escolar. PORSINAL Instituto de Inovação Educacional, 2000. Disponível em: http://www.porsinal.pt/index.php?ps=biblioteca&idt=liv&cat=26&idbib=124

SANTOS, A. N.; LOPES, E. T. Ensino de ciências para surdos numa perspectiva de inclusão escolar: um olhar sobre as publicações brasileiras no período entre 2000 e 2015. Debates em Educação, Maceió, v. 9, n. 18, p. 183-203, mai./ago. 2017.

SANTOS, J. A. H. S. Vídeos da internet que contemplam pessoas surdas: análise do potencial para a educação não formal em ciências e biologia. São Paulo, 2014. 35 f. (Trabalho de Conclusão de Curso), Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.

SANTOS, R. M. et al. Desafios do ensino de Ciências para estudantes surdos. Research, Society and Development, [S.l.], v. 10, n. 13, e39101320757, 2021.

SANTOS, S. M. C.; PEREIRA, D. Libras e sua importância na formação de Professores na educação de surdos. Revista Encantar - Educação, Cultura e Sociedade, Bom Jesus da Lapa – BA, v. 1, n. 2, p. 139-158, mai./ago. 2019.

SCHIRMER, C. R.; FONTOURA, D. R.; NUNES, M. L. Distúrbios da aquisição da linguagem e da aprendizagem. Jornal de pediatria, São Paulo, v. 80, n. 2, p. 95-103, 2004.

SCHUINDT, C. C.; MATOS, C. F. de; SILVA, C. S. da. Estudo de caso sobre as dificuldades de aprendizagem de alunos surdos na disciplina de Química. ACTIO: docência em Ciências, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 282-303, jan./jul. 2017.

SOUZA, F. dos S.; DIAS, V. B. Professores de ciências naturais e os desafios na inclusão do estudante surdo. ACTIO: docência em Ciências, Curitiba, v. 7, n. 3, p. 1-21, set./dez. 2022.

UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien – 1990), 1990.

VEIGA-NETO, A.; LOPES, M. C. Inclusão e governabilidade. Educação e Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, p.947-963, out. 2007.

VIEIRA, R. Histórias de Vida e Identidades: Professores e Interculturalidade. Porto: Edições Afrontamento, 1999.

WADENSJÖ, C. Interpreting as Interaction. Language in social life series. Longman. London end New York, 1998.

YOZO, R. Y. K. 100 jogos para grupos: uma abordagem psicodramática para empresas, escolas e clínicas. Editora Agora, 1996.

ZANELLA, L. C. H. Metodologia da pesquisa. SEAD/UFSC, 2006.

Downloads

Publicado

28-08-2024

Como Citar

ISABELLA CUNHA, L.; ROCHA, L. T. G.; SOARES, R. S. de M. V.; SANTOS, D. L.; FERNANDES, G. W. R. A INCLUSÃO DO SURDO NAS AULAS DE CIÊNCIAS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES, PROFESSOR E TRADUTOR-INTÉRPRETE DE LIBRAS. Revista Brasileira de Educação em Ciências e Educação Matemática, [S. l.], v. 8, n. 2, 2024. DOI: 10.48075/ReBECEM.2024.v.8.n.2.30740. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/rebecem/article/view/30740. Acesso em: 9 out. 2024.