Armas químicas e o desenvolvimento científico: o uso do júri simulado como estratégia didática para o ensino de química
DOI :
https://doi.org/10.33238/ReBECEM.2021.v.5.n.1.25980Mots-clés :
Armas Químicas, Aspectos históricos, Júri Simulado.Résumé
Resumo: Partindo da premissa de que os alunos aprendem melhor quando o desenvolvimento científico e tecnológico é historicizado, realizou-se um projeto de Ensino de Química com estudantes do 1º período do Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico de Química tendo armas químicas como tema sociocientífico. O projeto utilizou o júri simulado como principal estratégia de ensino e no caso, julgaram a responsabilidade da Alemanha quanto à produção e uso de armas químicas durante a II Guerra Mundial. A avaliação do projeto foi feita de modo processual através da coleta e sistematização de dados obtidos ao longo das aulas. A Análise de Conteúdo dos argumentos utilizados pelos estudantes evidencia que a estratégia do júri simulado contribuiu para que eles construíssem um conhecimento químico crítico, compreendendo que o desenvolvimento científico e tecnológico é resultado de uma atividade essencialmente humana, e que, portanto, se dá sob interferência política e econômica.
Palavras-chave: Armas Químicas; Aspectos históricos; Júri Simulado.
Chemical weapons and scientific development: the use of the simulated jury as a didactic strategy in the teaching of chemistry
Abstract: Starting from the premise that students learn better when scientific and technological development is historicized, a Chemistry teaching project was carried out with students from the 1st period of High School Integrated with the Technical Course in Chemistry having chemical weapons as a social scientific theme. The project used the simulated jury as the main teaching strategy. In this case, they judged Germany's responsibility for the production and use of chemical weapons during the II World War. The evaluation of the project, carried out in a procedural way through the collection and systematization of the data obtained during the classes. The Content Analysis of the arguments used by the students shows that the strategy of the simulated jury contributed to them building a critical chemical knowledge, understanding that the scientific and technological development is the result of an essentially human activity, which therefore takes place under political and economical interference.
Keywords: Chemical Weapons; Historical aspects; Simulated Jury.
Téléchargements
Références
AIKENHEAD, G. S. Research Into STS Science Education. Educacíon Química, Ciudad de México, v.16, n.3, p. 384-388, julho 2005.
AULER, D. Enfoque Ciência-Tecnologia-Sociedade: Pressupostos para o contexto brasileiro. Revista Ciência e Ensino, São Paulo, Edição Especial, v.1, p.1-20, nov. 2007.
BANDELLI, A. Where citizens go to become scientific citizens. Spokes, Brussels, v.19, maio. 2016.
CAFÉ HISTÓRIA. Nova historiografia do Holocausto. 2020. Disponível em: <https://www.cafehistoria.com.br/https-www-cafehistoria-com-br-nova-historiografia-do-holocausto/> Acesso em: 26 fev 2021.
CHASSOT, A. Educação conSciência. 2 ed. Santa Cruz do Sul: UDUNISC, 2007.
COLASSO, C; AZEVEDO, F. A. de. Riscos da utilização de Armas Químicas. Parte I - Histórico. RevInter: Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 137-172, out. 2011.
CONRADO, D. M; EL-HANI, C. N. Formação de cidadãos na perspectiva CTS: reflexões para o ensino de ciências. In: Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia, II, 2010, Ponta Grossa, UTFPR. Anais II SNECT. 2010, p. 5-6. Disponível em: <http://www.sinect.com.br/anais2010/artigos/CTS/11.pdf> Acesso em: 14 abril 2021.
ERIKSEN, K. K. The Future of Tertiary Chemical Education – A Bildung Focus? HYLE – International Journal for Philosophy of Chemistry, Berlim, v. 8, n 1, p. 35-48, 2002.
GOMES, T. G; BARBOZA, C. L. Uma Proposta de Júri Simulado como Estratégia Lúdica para o Ensino de História da Química no Ensino Médio: a Teoria do Flogístico. In: VII Encontro Paulista de Pesquisa em Ensino de Química, 2013, Santo André. Anais do VII EPPEQ, p.1 - 6, 2013. Disponível em: <http://eventos.ufabc.edu.br/eppeq2013/anais/resumos/91.pdf> Acesso em: 14 abril 2021.
MORAES, R. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999.
NUNES, A. O; DANTAS, J. M; TORQUATO, W. L; JÚNIOR, F. S. S. As relações CTS na visão de estudantes do ensino técnico integrado. Uni-pluri, Medellin, v. 14, p.567-574, 2014.
OLIVEIRA, J. R. O Ensino de Ciências e a Ética nas Escolas: interfaces possíveis. Química Nova Na Escola, São Paulo, v.32, n.4, p. 229, 2010.
PALACIOS, E. M; LISINGEN, I.; GALBARTE, J. C. G; CEREZO, J. A. L; LUJÁN, J. L; PEREIRA, L. T. V; GORDILLO, M. M; OSORIO, C; VALDÉS, C; BAZZO, W. A. Introdução aos Estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), n.1, 2003.
PIVARO, G. F; KLEINKE, M. U.; GIROTTO Jr, G. Uma investigação acerca das concepções de jovens mais propensos a crerem em notícias falsas de cunho científico. In: Seminário Interno do Programa de Pós-Graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática, IX. 2019, Campinas, Anais IX Seminário Interno PECIM. UNICAMP. 2019, p.100 – 113. Disponível em: <https://www.pecim.unicamp.br/pf-pecim-site/pf/seminario_interno_2019.pdf#page=100> Acesso em: 14 abril 2021.
SANTIAGO, M; SILVA, M. Proposta para o ensino dos conceitos de ácidos e bases: construindo conceitos através da história da ciência combinada ao emprego de um software interativo de livre acesso. História Da Ciência e Ensino: construindo interfaces, São Paulo, v.5, p. 48-82, 2012.
SANTOS, W. L. P; SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: compromisso com a cidadania. 3 ed. Ijuí: UNIJUI, 2003.
SANTOS, W. L. P; SCHNETZLER, R. P. O Que Significa Ensino de Química para Formar o Cidadão? Química Nova na Escola, São Paulo, n.4, p.29, 1996.
SAVARIS, P. K.; REBERTE, A; BORTOLUZZI, M. C; JÚNIOR, B. S; BONAMIGO, E. L. Julgamento simulado como estratégia de ensino da ética médica. Rev bioét, Brasília, v.21, n.1, p.150-157, 2013.
SILVA, G. R; BORGES Jr, I; FIGUEROA-VILLAR, J. D.; CASTRO, A. T. Defesa química: histórico, classificação dos agentes de guerra e ação dos neurotóxicos. Química Nova, São Paulo, v. 35, n. 10, p. 2083-2091, 2012.
SOUZA, C. O; MIRANDA, L. C; PACCOLA, R. A. Júri Simulado: estratégia a contribuir para a construção do conhecimento sobre o SUS. In: Seminário De Iniciação Científica, V. Montes Claros – IFNMG. Anais de Eventos do IFNMG. Montes Claros, 2016, p. 1 - 3. Disponível em:< https://www.ifnmg.edu.br/arquivos/2016/proppi/sic/resumos/c4e21519-e91d-4199-a3ab-bfbf34170b82.pdf > Acesso em: 14 abril 2021.
SOUZA, H. J. Como se faz análise de conjuntura. 11 ed. Petrópolis: Vozes, 54p, 1991.
SOUZA, P. V. T; GONÇALVES, E. A.; SOUZA, D. R.; AMAURO, N. Q. Júri Simulado como Estratégia de Intervenção Pedagógica para o Ensino de Química. Revista Debates em Ensino de Química, Recife, v.5, n.1, p. 5 – 15, 2019. Disponível em: <http://journals.ufrpe.br/index.php/REDEQUIM/article/viewFile/2300/482483189>. Acesso em: 26 fev 2021.
SPECALSKI, H. A. Elaboração, desenvolvimento e avaliação de uma sequência didática sobre armas químicas para o ensino de química orgânica na educação básica. 2016. 91f. Monografia (Curso de Licenciatura em Química), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campo Mourão, 2016.
THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. São Paulo:Cortez-Autores associados, 56p, 1986.
VENCESLAU, B. C. S; MARTINS, A. F. P. Júri Simulado: um uso da história e filosofia da ciência no ensino da óptica. Física na Escola, São Paulo, v.10, n. 1, p. 17-19, 2009.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.